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Opinião

ENAF e ARNSV e FCN: Apelo à relação e cooperação institucional

Silas Leite

Aplaudir, parabenizar e  desejar longa vida, nestas primeiras linhas, à recém-criada FCN (Federação Caboverdiana de Natação). A forma não foi de todo transparente, mas o mais importante é que já temos  organização-chapéu nesta modalidade desportiva e raínha do Olimpismo Internacional.

Embrenhando pelas páginas da história da natação organizada em Cabo Verde, iremos encontrar a primeira associação de cariz formativo e clubístico, a ENAF (Escola de Natação “Nhô Fula”), criada a 6 de Maio de 1999 em S. Vicente: já lá vão mais de 18 anos. Tendo à testa liderança de robustas convicções e capacidade organizativa, a ENAF acabaria por justificar a sua razão existencial e ganhos de credibilidade, quando se começou a perceber afluência considerável de cidadãos de todas as idades e sexos aos cursos de natação ministradas na praia da laginha e piscinas privadas.

Rumo à  criação da federação, 2 dos membros dos órgãos sociais terão saído das fileiras da ENAF para a criação da ARNSV (Associação Regional de Natação de S. Vicente), erigida efectivamente, em meados de 2001.  Sempre apoiada pela sua filial na cedència de espaço e de algum mobiliário, fruto de ganhos conquistados junto de entidades parceiras,  a mesma terá encontrado condições favoráveis para o alargamento territorial de demais estruturas regionais. Forças melhores ganharam estas condições, quando a ARNSV recebeu  da Direcção-Geral dos Desportos, chorudo montante de  920.000$00. Essa verba de todo suficiente para alavancar a natação organizada, terá sido, entretanto, manhosamente utilizada pelo então presidente da direcção da ARNSV, Manuel Conceição que, perante denúncia e acção judicial, passou a adotar a omissão e infuncionalidade como práticas e consequentemente, o desaparecimento operacional da mesma associação.

Em 2005, nos primeiros meses, 2 membros dos órgãos sociais da ENAF, fundaram à revelia dos estatutos e à maneira de oportunistas desonestos, a escola de natação e de salvamento aquático. Esses, nas pessoas de Alexandrino Dias e Antão Pio, para além de não terem apresentado os pedidos de demissão, terão levado ainda consigo, os estatutos da ENAF para lhes servir de matriz e só devolvido, notado a sua ausência nos escritórios, tempos depois e por imposição. Dois meses antes, Jeneiro de 2005, o Alexandrino Dias que tinha como missão na ENAF a coordenação da equipa técnica de natação e de salvamento, terá participado na formação e seminário internacional sobre o salvamento aquático, tendo ele apossado abusivamente de equipamentos de salvamento trazidos e doados à ENAF pela parceira ASNASA (Associação dos Nadadores-Salvadores de Portugal)…

Em meados de 2015, a ENAF que já ia na sua terceira liderança muda a  Sede para um dos compartimentos da antiga Alfândega, na Avenida Marginal, resultante de intervenções junto de responsáveis do Centro Cultural do Mindelo de pessoas ligadas ao desporto nacional e com a missão de relançar a natação em federação. Único senão: a ETNASA é também chamada a partilhar o espaço e esta é uma incompatibilidade que até hoje está por ser resolvida.

Indo agora directamente ao ponto, a ENAF, filial e co-promotor da ARNSV veio a saber que esta associação regional de natação, realizou nos finais de 2017 a sua assembleia-geral para renovação dos órgãos sociais sem sequer lhe ter dado qualquer conhecimento e quanto menos para participar na mesma, enquanto sócio. Por outro lado, é crível que a ARNSV terá participado nas eleições da recém-criada Federação Caboverdiana de  Natação. Assim sendo, tal situação já de si  reveladora de falta de ética e pretensamente favorecedor de vazios na relação institucional, é também  indiciadora de impugnação legal. Claro é que a ENAF já relevou  o destrato e marginalização, sabe-se lá com que conveniências e finalidades, vindas de quem devia dar exemplo em sentido contrário.

Face ao exposto e que é correspondência da veracidade dos factos, somos por esta e outras vias de comunicação a apelar por mais seriedade, responsabilidade, ordem, disciplina, organização, relação e cooperação institucional, factores indispensáveis na congregação de forças para o desenvolvimento harmonioso da natação neste nosso   Cabo Verde de mar imenso.

Bom Ano de 2018 a todos!

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