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Ambiente

Aterro Sanitário de Santiago à espera da tarifa de resíduos sólidos

O Aterro Sanitário de Santiago, inaugurado há seis meses, ainda está muito aquém das razões que ditaram a sua construção. Supostamente, falta definir a taxa de resíduos sólidos, para além de equipamentos e transporte do lixo. O vereador Gilberto Silva, da Câmara Municipal da Praia, acredita que parte desses constrangimentos será resolvida no primeiro semestre de 2016.
A infraestrutura, Situada em São Domingos, foi construída pelo Governo de Cabo Verde, com o financiamento da União Europeia (UE) e custou 936 mil contos. Entretanto, inaugurado em Maio passado, já lá vão sete meses, esse aterro projectado para servir os nove municípios da ilha de Santiago, mostra-se longe da demanda existente na ilha no que toca à recolha e tratamento de lixo.
Um dos motivos por trás de tal situação é que a empresa Praia Ambiente, que gere o empreendimento, não consegue cobrir as despesas de funcionamento dessa infraestrutura. Uma das maneiras de tornar o sistema sustentável passa pela cobrança da tarifa de resíduos sólidos, através das facturas de água e electricidade, a cargo da Electra.
Mas essa solução não se mostra possível, apesar de, em certa altura, ter havido “um entendimento entre o Governo e os municípios, no sentido de o Governo ajudar os municípios a suportar o sistema de cobrança através das facturas de electricidade na Electra”, revela Gilberto Silva, que lamenta o facto dessa empresa ter roído a corda, “recuando” da parceria gizada.
Soluções e medidas à vista
Entretanto, caso a situação com a Electra não se resolver, a Praia Ambiente espera poder recorrer à empresa Águas de Santiago, quando esta entrar em funcionamento. “Isto só poderá acontecer em meados de 2016”, diz Gilberto Silva. Este impasse, acrescenta, está a agravar, “de forma considerável, os custos de transporte do lixo, já que o sistema não permite a sua sustentabilidade, uma vez que para cada viatura terá que fazer mais 32 quilómetros”.
Dos nove municípios donos do aterro, o da Praia é o maior a nível de Santiago: produz cerca de 70% dos resíduos a depositar e tratar no aterro, sendo por isso o mais engajado para que as coisas se resolvam.
A par disso, a cidade-capital de Cabo Verde é igualmente a autarquia que reúne melhores condições para o transporte de resíduos, mas, conforme Gilberto Silva, “é também a que tem maiores problemas por resolver do ponto de vista tecnológico”.
Uma das medidas de maior relevo que a gestão do Aterro de Santiago tem em carteira é a construção de uma estação de transferência no aterro melhorado no município da Praia. Com isso, pretende-se fazer uma transferência de pequenas viaturas para um camião maior, que “fará um vaivém entre o vazadouro municipal e o aterro sanitário, algo que irá reduzir os custos de transporte”, sustenta aquela fonte.
Uma coisa é certa, diz o vereador da CMP, “os municípios estão engajados com a aquisição de equipamentos através da sua importação. Há um concurso lançado e, portanto, os equipamentos deverão chegar durante o primeiro semestre de 2016”.
Aposta na formação
Uma vez em funcionamento, a todo o gás, o Aterro de Santiago poderá gerar alguns postos de trabalho, entre eles, condutores, manobradores de máquina, técnicos de balança, guardas e engenheiros. “Portanto, e para que todo o sistema de deposição de resíduos sólidos tenha vida mais longa, temos trabalhado em conjunto para darmos formação ao pessoal técnico”, avança Silva.
Para essa acção formativa, a gestão do aterro conta com os engajamentos da União Europeia e da empresa portuguesa SUMA (Serviços Urbanos E Meio Ambiente). Mas também com o apoio de todos os municípios de Santiago e o Governo, através da Agência Nacional de Água e Saneamento (ANAS).
Reciclagem é o futuro
A reciclagem é o caminho mais adequado para o mundo e o centro da chamada economia circular. “É imperativo que se diminua a pressão sobre o meio ambiente e o país só tem a ganhar com a reciclagem e implementação da economia circular”, defende aquele vereador.
Uma questão não menos importante é o destino a dar à lixeira municipal da Praia. “O espaço continuará a ser o explorado pois há escombros que não se adequam ao aterro em São Domingos, tais como pneus, resíduos verdes, etc.”, admite Gilberto Silva.

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