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Desporto

Clube Hípico do Mindelo quer resgatar a dinâmica de outrora

Numa ilha, São Vicente, que antigamente dera as cartas no hipismo, hoje em dia, quase que não se ouve falar em corridas de cavalo. Mas, para já um panorama que o Clube Hípico do Mindelo gostaria de mudar, nem que seja um pouco. “Os principais desafios que temos é de conquistar cada vez mais sócios e criar nas pessoas a vontade de adquirir cavalos, isto é, de voltar a acreditar no hipismo em São Vicente”, salienta Péricles Cabral, vice-presidente da direcção empossada em Agosto último, encabeçada por Nídia Araújo.
Neste momento, alguma actividade começa a ser feita, pelo menos relativamente aos associados que aumentou um pouco, entre proprietários e não proprietários de cavalo. Contudo, nada que se compara a alguns anos atrás em que o clube chegou a ter mais de 200 sócios, e no espaço situado Campinho albergou mais de 30 cavalos. Nada comparado com os apenas 12 animais que lá permanecem.
Um marasmo que Péricles Cabral relaciona com a falta de patrocínios – patrocínios esses que agora se restringia ao da edilidade local, ainda assim algo esporádico- para a realização de provas como corrida, salto, cross, habituais outrora e que presentemente restringem-se a uma única corrida por altura da comemoração do município de São Vicente, a 22 de Janeiro.
Terapia
Mesmo com essas dificuldades, a direcção do CHM mostra não querer ficar de mãos atadas e aposta na diversificação de actividades para “folgar” as finanças. Assim para além da mensalidade de 12 mil escudos pago pelos que mantém cavalos no rancho, com direito a estadia, alimentação e tratamento, querem apostar na plantação própria de pasto para alimentar os animais. Ainda na área de agricultura pretendem guardar e fermentar estrume para vender logo pronto a agricultores.
Tudo isto sem contar com as aulas de equitação que conforme Péricles têm sido muito procuradas por turistas que visitam a ilha e que podem servir também como uma actividade terapêutica. Aulas essas que para os nacionais ficam 400 escudos a meia-hora para crianças e 500 escudos para adultos
“Não há melhor terapia que o cavalo, basta cavalgar por alguns minutos para sentirmo-nos como novos. Porque embora os cavalos não falem, eles conseguem nos entender muito bem”, palavras desse jovem que frequenta o clube para cavalgar desde 11 anos.
Péricles Cabral sente-se orgulhoso de pertencer a uma geração que viu São Vicente brotar grande jóqueis e cavaleiros como Rogério Ferro, Domingos, Mirco “Cau” Hélder e tantos outros. Ainda hoje há jovens que aprenderam no CHM e destacam-se nas outras ilhas. Também acompanhou a história de cavalos/campeões, normalmente descendentes e mistura de puro sangue árabe ou puro sangue inglês, como Queen, Dallas, Joca, Black e Vendaval.
Vendaval, maior meio-sangue inglês de todos os tempos
Vendaval foi um dos maiores cavalos que apareceu em São Vicente, um verdadeiro campeão, que nos anos 90 ganhava todas as corridas em que participava. Só perdeu uma que lhe poderá ter ditado a morte.
A maior parte dos cavalos existentes em São Vicente, como explica Péricles Cabral, são descendentes/mistura de puro-sangue árabe ou então puro-sangue inglês. E aquele que o vice-presidente do Clube Hípico do Mindelo classifica como “o maior campeão” de todos os tempos pertencia a esse segundo grupo. Um meio puro-sangue inglês que, fazendo jus ao seu nome, “Vendaval”, arrasava em todas as competições que participava nos anos 90.
“Como o Vendaval nunca mais houve outro cavalo igual, participava em todas as corridas de Janeiro a Dezembro e não perdia nenhuma”, relembra Péricles Cabral.
Mas devido a uma “falcatrua” que foi feita, como explica Péricles Cabral, acabou por perder uma única corrida, um mês depois Vendaval morreu. Não se sabe se realidade ou pura lenda liga-se a morte desse campeão à única derrota que sofreu.         LN
 

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