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Santo Antão

Turista torna-se indigente no Porto Novo

Chama-se Manuel António da Silva, natural de Lisboa, Portugal, desembarcou há meses em Cabo Verde supostamente para passar férias. O destino levou-o à cidade do Porto Novo, onde deambulou pelas ruas durante semanas, dormiu ao relento, até receber apoio da Câmara Municipal daquele concelho de Santo Antão.
Hoje, Manuel da Silva, de 44 anos, ocupa um quarto cedido provisoriamente pela Câmara na Pousada Municipal e faz as refeições no Centro de Dia que acolhe quem tem quase nada para viver. Durante o dia segue a deambular, sem rumo, pelas ruas da urbe.
Chamou atenção dos serviços camarários quando, trajando roupas bastante gastas e sujas, dirigiu-se ao Paços do Concelho, pedindo para falar com a presidente Rosa Rocha.
Como a autarca não tinha disponibilidade na agenda para o receber naquele momento, Manuel foi encaminhado ao Serviço de Acção Social que lhe deu a primeira assistência. Conta a directora desse serviço, Neila Dongo, que Manuel aparentava algum distúrbio quando chegou ao Paços do Concelho, disse que queria um trabalho mas que não desejava retornar a Portugal. “Fizemos o que podíamos fazer. Demos-lhe roupas limpas, colocamos-lhe na pousada municipal e enviámos uma nota ao Consulado Português no Mindelo a relatar o ocorrido e a pedir alguma ajuda para o cidadão”, refere Neila Dongo.
À ESPERA DE RETORNO
Dongo informa que ainda não receberam “feedback” da embaixada de Portugal na cidade da Praia, mas sabe que o visto de Manuel já caducou e espera que as autoridades diplomáticas façam algo para ajudar esse cidadão português porque não pode continuar, por muito tempo, na Pousada. De resto, os vizinhos da pousada já deram conta que, além do apoio logístico e alimentar, Manuel precisa de ajuda médica especializada pois passa a noite toda a falar muito alto ou a gritar. Durante o dia fala sozinho nas ruas, mas não gosta de responder a perguntas de outras pessoas.
Antes do apoio do Serviço Social da Câmara, Manuel passava o dia perto das obras do Mercado Municipal, onde fazia uma ou outra refeição com os operários. Outras vezes era visto pelos lados do cais do Porto Novo.
LEMBRANÇAS
Não se sabe ao certo como Manuel da Silva foi parar ao Porto Novo. Das coisas que diz aos funcionários camarários ficou o registo de que ele trabalhava na construção civil em Portugal e que gostaria de arranjar um trabalho no sector para se manter em Cabo Verde. O problema é que, além de não possuir visto de trabalho, Manuel aparenta distúrbios de foro psico-emocional, o que dificulta a realização do seu desejo. O mais provável é que regresse a Portugal, até porque, ao que tudo indica, o caso já está nas mãos das autoridades policiais.

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