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Eleições na FCF: Contas trocadas nos apoios que os candidatos dizem ter

Vítor Osório, um dos dois candidatos à presidência da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), garante ter apoio de oito associações regionais para o escrutínio do próximo sábado. Mário “Donnay” Avelino, seu rival, fala em sete apoiantes. Desencontros de números que não batem, pois no país só há 11 associações.

A disputa pela liderança da FCF, afinal, vai ser a dois: Vitor Osório e Mário “Donnay” Avelino. E nisto cada um apresenta os seus números de apoiantes e argumentos. Num universo de 11 associações regionais de futebol no país, o primeiro fala no apoio de oito dessas entidades, facto que lhe permite estar “confiante na vitória”. Já Donnay, actual presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul, assegura ter consigo sete, um número que lhe possibilita “ganhar essa corrida sem problemas”. Enfim, uma confusão que vai ficar desfeita no sábado, 11, dia em que estão marcadas as eleições.

Entretanto, as disparidades suavizam-se um pouco quando se fala nos programas. “Pretendemos apostar na formação desde a tenra idade, bem como no futebol feminino. E ainda relançar o futsal, que antigamente tinha grande destaque e apoiar o futebol de praia”, enumera Donnay.

Vítor Osório, por seu turno, aponta como principal inovação “internacionalizar o nosso futebol nas camadas de formação, no futebol feminino, no futsal e no futebol de Praia. Para além de relançar a nossa arbitragem para palcos internacionais”.

 Tubarões azuis em destaque

Mais a mais,  os dois concorrentes à sucessão de Mário Semedo tomam os “bravos” Tubarões Azuis como referência, tanto assim é que  Donnay quer ver os campeonatos regionais com o mesmo predicado da selecção nacional. “É preciso igualar o futebol nacional com os Tubarões Azuis, já que existe um grande fosso entre os dois. Enquanto a nossa selecção faz furor lá fora, aqui nos regionais peca-se muito pela falta de qualidade”, salienta.

Durante a apresentação oficial da sua candidatura na passada segunda-feira, 06, Victor Osório traçou os principais objectivos da sua candidatura. Uma delas prende-se com os Tubarões Azuis que ele quer ver a ganhar a Copa Africana das Nações (CAN).

A par disso, pretende ainda internacionalizar o futebol “made in” Cabo Verde. “A nível nacional queremos ter mais competições, alargar os quadros competitivos, fazer com que haja uma adequação dos calendários competitivos nacionais aos internacionais, para que o jogador cabo-verdiano possa ter opção em termos profissionais de seguir carreira no mercado internacional”, diz.

 Linhas de governação paralelas que ainda respaldam sobre a captação de recursos. Um aspecto que Osório não deixa detalhado, ao contrário de Donnay que aponta o merchandising de produtos da selecção e ainda a criação de infraestruturas para rentabilizar as receitas, nomeadamente a criação de centros de estágios em outras ilhas como Sal e Fogo, para além das que já existem na Praia e no Mindelo.

Ambos os candidatos assumem ter todas condições para levar adiante a FCF, com Osório, jurista e membro do Conselho de Disciplina da Federação, a acreditar que esta precisa de alguém que tenha perfil, competência, serenidade e que conheça o futebol nacional e internacional. “Para não só potenciar o que está bem feito mas também complementar aquilo que até hoje as anteriores gestões que passaram pela FCF não conseguiram fazer”.

Do outro lado da barricada, Mário Donnay, actual presidente da Associação Regional de Futebol de Santiago Sul, propõe “mudar o que está mal e continuar a fazer o que está bem. Trabalhando sobretudo com honestidade”, aponta.

No entanto, seja qual for a escolha, no próximo sábado, Mário Semedo entregará o bastão ao seu sucessor, depois de mais de uma década à frente do organismo máximo do futebol cabo-verdiano. Semedo sai agora pela porta grande levando na bagagem vários feitos, entre estes de conseguir mobilizar recursos juntos à FIFA para a construção de dois centros de estágio e mais recentemente de saborear a vitória dos Tubarões Azuis sobre a selecção de Portugal, além das duas proezas na CAN em 2013 (África do Sul) e 2015 (Guiné Equatorial).

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