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Fogo

Especialistas divergem sobre localização do novo assentamento no interior da Caldeira

Os especialistas que participam no fórum de reconstrução da ilha do Fogo, promovido pelo Gabinete do primeiro-ministro, têm posicionamento divergente sobre a localização do novo assentamento no interior da Caldeira.
O geofísico do Instituto Nacional de Meteorologia e Geofísica (INMG) Bruno Faria não descartou a possibilidade do novo assentamento ser localizado em Monte Amarelo e recomendou as autoridades a realizarem avaliações antes de decidir sobre a localização.
Devido à sua localização, o Monte Amarelo, segundo Bruno Faria, não será atingido pela escoada de lavas numa eventual erupção vulcânica no interior da Caldeira, mas notou que é preciso fazer estudos de viabilidade, tendo em conta que este espaço é dos mais produtivos de Chã e deve ser equacionado todos os aspectos, sobretudo o económico.
“Não disse na minha intervenção que a localização deve ser no Monte Amarelo, mas que é um local resguardado das lavas e com óptimas condições”, disse Bruno Faria, para quem é necessário ouvir as pessoas de Chã, antes da tomada de posição sobre o novo assentamento.
O posicionamento de Bruno Faria foi recebida com entusiasmo e satisfação pelos participantes de Chã das Caldeiras presentes no fórum.
Já o geólogo do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB) Jeremias Cabral, na sua apresentação do subtema “capacidade de prevenção de riscos, respostas a catástrofes e recuperação dos seus efeitos”, defendeu a não edificação definitiva de qualquer assentamento no interior da Caldeira.
Para Jeremias Cabral a ideia de Monte Amarelo é vista apenas em termos de escoadas de lavas, mas que há um conjunto de outros condicionantes e riscos para este sítio, como sejam a queda de muros da bordeira, desabamento das habitações em caso de ocorrência de sismos no interior da Caldeira que devem ser analisados.
A posição de Jeremias Cabral é corroborada pela vulcanóloga da Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) Sónia Vitória Silva que, inclusive, apontou numa conversa informal com a Inforpress como exemplo a construção de um hotel em cima de um cone vulcânico nas ilhas Canárias e que sofreu múltiplas fissuras e que obrigou o seu encerramento.
Quer a ideia apresentada pelo geofísico Bruno Faria do IMNG quer a avançada por Jeremias Cabral do SNPCB devem ser objectos ainda de estudos e avaliação aprofundados para a decisão do local de assentamento.
Algumas pessoas de Chã das Caldeiras contactadas pela Inforpress compartilham a opinião de que o Monte Amarelo seria um sítio ideal, aliás ideia também defendida pelo professor do Instituto Superior Técnico de Lisboa João Fonseca, mas poderá “baralhar” as contas das autoridades sobre o novo assentamento e da construção da nova adega, cujos produtores estão mais inclinados para o interior da Caldeira, entre Boca Fonte e Monte Amarelo.
Fonte: Inforpress

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