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Economia

Caso fábrica de bebidas falsas na Praia: Inspectora da IGAE suspensa das funções

Zoivi Plá, inspectora da Inspecção Geral das Actividades Económicas (IGAE ), indicada como uma das responsáveis da empresa “A Casa do Gelo”, está suspensa das suas funções enquanto decorrem as investigações sobre o caso de alegado fabrico de bebidas falsas. Sabe-se ainda que o gerente da mesma empresa, António Medina Ruiz, está ausente do país, e é do exterior que faz a defesa do seu negócio.
A IGAE já instituiu um processo disciplinar à inspectora Zoivi Plá. Ela é um dos visados no caso da “A Casa do Gelo”, que alegadamente produzia bebidas falsas à base de álcool puro, corantes e aromatizantes. Suspeita-se que através desse esquema a referida empresa, com sede na cidade da Praia, introduziu e comercializou bebidas falsas no mercado cabo-verdiano.
Zoivi, apurou o A NAÇÃO, foi identificada pelos próprios trabalhadores d’ A Casa do Gelo como sendo um dos responsáveis da empresa.
Neste momento, a referida inspectora incorre num processo disciplinar e, por causa disso, foi afastada das suas funções até que tudo se esclareça. Para já, de acordo com a lei, está vedada aos quadros da IGAE “qualquer exercício da actividade económica por si ou por interposta pessoa”.
“É missão dos inspectores da IGAE velarem pela defesa da saúde pública, do mercado e da sã concorrência, postura que a mesma não teve”, acrescenta a nossa fonte. Essa função, garante, é de “total incompatibilidade” com a relação de responsável, por parte de Zoivi, há já alguns anos a esta parte, na “A Casa do Gelo”.
O certo é que enquanto decorre a suspensão da inspectora, a Polícia Judiciária (coadjuvada pela IGAE) está a proceder às investigações necessárias para apurar todos os envolvidos “nesta prática criminosa”.
A nossa fonte garante que as bebidas produzidas eram “feitas por mistura de álcool puro, corantes e aromatizantes” e, por causa disso, “não existem quaisquer dúvidas de que se trata de bebidas falsificadas”.
A par de falsificação, a Casa do Gelo poderá incorrer num outro crime. “Para serem mais convincentes na venda, colocavam selos, dando indicação de que as bebidas passaram por um processo de desalfandegamento”, adianta a nossa fonte. Dessa forma, diz o nosso interlocutor, as suspeitas de que algo estaria a ir contra as regras era mais fácil de encobrir, desviando as atenções para outro lado.
NINGUÉM ASSUME
Detectada a anomalia, ninguém quer assumir-se como o responsável ou o representante da “A Casa do Gelo” no país. Até este momento sabe-se que apenas Zoivi Plá foi ligada à empresa como responsável, na ausência do seu gerente, António Ruiz Medina. Em consequência disso, a empresa ficou por mais de uma semana fechada por não aparecer ninguém que se responsabilizasse pela mesma. Após este período foi constituído um procurador para tratar dos assuntos relativamente a este problema.
Apesar de, no país, ninguém assumir oficialmente a responsabilidade pela empresa em questão, o A NAÇÃO recebeu um “direito de resposta” do gerente António Medina Ruiz. E nele esse empresário nega as acusações imputadas à empresa, ao mesmo tempo que acusa a IGAE de “arbitrariedade” por ter encerrado a fábrica, “sem fundamentação legal, pelo que o caso está nas mãos do tribunal para se fazer garantir a legalidade”.
Ruiz explica ainda, na sua nota, que a empresa funciona desde 2005 e que optou “por investir na indústria cabo-verdiana”, com um negócio numa área “nunca explorada” em Cabo Verde: fabrica de gelos, aloé vera, sumos e bebidas espirituosas, para o qual possui “o devido licenciamento das entidades competentes para o desenvolvimento da actividade”.
Tentámos contactar Zoivi Plá mas sem sucesso. Mesmo assim, este semanário sabe ainda que o gerente de A Casa do Gelo, António Medina Ruiz, se encontra fora do país e era marido da inspectora em causa. Da IGAE ninguém também aceitou falar, oficialmente, acerca do assunto, por alegadamente o mesmo se encontrar em segredo de justiça.

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