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Cultura

10 anos da morte de Cize: Djo da Silva diz que Cabo Verde ainda não aproveitou daquilo que o legado de Cesária representa

Assinala-se no próximo 17 de Dezembro, 10 anos do  falecimento de Cesária Évora. Para assinalar a data, o produtor José “Djo” da Silva, juntamente com a neta de Cize, Janete Évora, vai promover uma série de atividades para homenagear aquele que é talvez o maior legado de projecção internacional da Cultura de Cabo Verde lá fora. O produtor lamenta que Cabo Verde ainda não tenha conseguido aproveitar daquilo que o legado de Cesária representa para o país e para a Cultura. 

Citado pela RCV, Djo da Silva diz que a consagração do Museu Cesária Évora é um ponto fraco na preservação da memória da Diva dos pés descalços, maior ícone de Cabo Verde no mundo.

O produtor afirma que a concretização deste museu só será possível com a intervenção do Governo, pois considera ser preciso um “lugar digno, um lugar grande, um lugar como deve ser para apresentar a imagem da Cesária Évora”.

“Para mim é mais do que Cesária, é a própria Cultura de Cabo Verde, porque quando temos uma artista que faz o trabalho que Cesária fez, nós temos de aproveitar dela justamente para mostrar o país e a cultura, mas ainda não chegamos a este ponto, porque o projeto envolve muito financiamento e eu, como privado, não consigo, e só pode ser através de uma decisão do Governo, que até hoje ainda não conseguimos obter”, explica Silva.

De 12 a 19 de Dezembro, durante uma semana, a Praça Nova no Mindelo acolhe uma homenagem a Cesária Évora, e os participantes vão poder desfrutar de música e workshops, com oradores que eram próximos da cantora.

A ideia é mostrar como uma artista, como Cize, saiu de Mindelo aos 45 anos e se tornou um sucesso a nível mundial. Também, ainda mostrar as coisas de que gostava de fazer, como jogo de uril e a “comida de anjo”, para os mais carenciados.

Com esta homenagem pretende-se preservar viva a memória desta que é considerada uma das maiores representantes da música tradicional de Cabo Verde no mundo.

Segundo a organização,  a homenagem é feita na Praça Nova, e não na praça que abriga o mural de Cesária Évora, que se tornou também uma referência na ilha para locais e turistas, devido ao significado que a Praça Nova tinha para a cantora.

Pois, quando Cesária Évora ainda não era uma cantora conhecida, ela costumava ir para a Praça Nova, “numa época em que a mesma era frequentada pela elite sanvicentina, sendo, inclusive, proibida a entrada sem sapatos”.”Foi algo que a marcou muito. Então, a escolha da Praça Nova para receber o evento tem uma carga simbólica”, explica a organização.

Recorde-se que Cize faleceu aos 70 anos, a 17 de Dezembro de 2011, na sequência de um AVC.

(Retificada)

C/RCV

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